O Guarda-Chuva e a Bola de Cristal
A proteção do patrimônio pessoal e empresarial não pode ser resolvida de última hora.
Prevenir é sempre melhor que remediar. O ditado é bem conhecido, mas poucos colocam em prática. O comum entre as pessoas é deixar as providências para última hora, quando não há mais jeito de reverter as consequências. Isto acontece no cotidiano de quase todos, porém quem já sofreu alguma experiência negativa pela falta de prevenção, aprende a lição a duras penas e trata logo de mudar o hábito de postergar as providências.
Compara-se o hábito “grosso modo” à situação do bom e velho guarda-chuva, que está sempre guardado no armário. Sem previsão de chuvas ele nunca sai de casa com o dono, que confia no bom tempo anunciado pelo serviço meteorológico. Basta um ventinho soprando na direção oposta para mudar o curso do dia, e a chuva cai sem dó nem piedade. Porém, a proteção ficou em casa. Como ninguém tem bola de cristal para adivinhar as mudanças e intempéries do dia, o ideal é prevenir-se deixando à mão a cobertura do guarda-chuva.
Os mecanismos de proteção patrimonial funcionam em defesa dos bens, quando a prevenção é feita com a devida antecedência. Em casos extremos, há como minimizar os estragos, mas na maioria das vezes, quando os bens não estão protegidos de forma adequada, não há como garantir proteção total.
Entre as celebridades de abastadas fortunas são conhecidos os casos de contratos pré-nupciais como forma de proteção patrimonial para definir os limites, direitos e deveres de cada parte. Pode até soar um tanto ofensivo aos ouvidos apaixonados, porém é uma medida preventiva que em caso de divórcio pode evitar o desgaste futuro, porque as condições entre as partes foram previamente estabelecidas e aprovadas. Isto é prudência, pois ninguém pode garantir que o amanhã será como hoje.
Especificamente estressantes os processos de divórcio carregam o agravante emocional, fator complicador na hora da divisão dos bens entre casais. As chances de problemas aumentam, quando a separação não conta com a devida cobertura de um bom planejamento de proteção patrimonial.
O mesmo vale para os empresários que estão sujeitos às ameaças externas e internas, citando os processos trabalhistas. São comuns os casos de empresas que se envolvem com as leis trabalhistas, colocando em risco o patrimônio que o dono levou a vida toda para construir. A grande aliada da defesa dos bens, especialmente neste tema, é a prevenção de um planejamento financeiro adequado capaz de garantir a segurança do patrimônio pessoal e empresarial.
Há ainda a ameaça previsível dos populares agregados, cujos envolvidos nem sempre estão alertas para as consequências; ou quando estão nada fazem para proteger os próprios bens. São conhecidos os episódios de famílias ricas, cujos filhos se casam e na eventualidade de um divórcio, o patrimônio da família acaba comprometido. Esses são os mais comuns e circunstanciais e embora a antecipação avise sobre as possibilidades do que pode vir pela frente, a maioria não toma as devidas providências e o desfecho da dilapidação do patrimônio acaba sendo inevitável. Prato preferido da mídia online, as revistas e os blogs estão cheios de notícias de celebridades que se casam e repentinamente a briga pelo patrimônio ocupa a primeira página dos veículos com exorbitantes somas em jogo.
Voltando ao título deste, o guarda-chuva representa a proteção antecipada de quem não quer correr o risco de lamentar o descuido no futuro. Quanto à bola de cristal,que ninguém tem, é o mesmo que confiar na sorte que pode falhar. No caso de bens familiares significa delegar o poder de decisão a terceiros, que nem sempre fizeram parte da história de construção do patrimônio.
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