Em Tempos de Crise Mundial, Hora de Proteger Patrimônios
Os traços e sinais das tempestades estão sempre visíveis, porém, nossos olhares seletivos tendem a premiar a visão do que queremos e gostamos, isto é, vermos o que queremos e o que imaginamos, da forma que nos apetece, é sempre o melhor para nós e nossos interesses. Estamos vivendo momentos difíceis e complicados, que determinam a busca da proteção aos patrimônios e um melhor planejamento do futuro. No dia que este artigo foi elaborado, a Diretora Gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, em pronunciamento na Universidade de Harvard foi clara, antevendo uma situação mundial prestes a sucumbir, acarretando uma crise pior, em termos relativos, do que da Grande Depressão. A exemplo do recentemente ocorrido nos EUA, os bancos e empresas financeiras das principais capitais europeias esbanjaram-se na concessão de empréstimos e exposição a riscos, muitas vezes mal analisados e avaliados, aos países mais pobres da Europa, como Grécia, Portugal, Irlanda, Espanha e até a não tão pobre Itália. Guardadas as proporções e roupagem, foi um subprime à Européia. O filme europeu, muito parecido com o norte-americano, também foi protagonizado por executivos eticamente mal preparados, irresponsáveis e, em muitas situações, desonestos, usando e abusando do poder administrativo privado, continuamente colocando em risco poupanças e investimentos de terceiros e clientes das instituições que representavam.
Feita a mixórdia, os países e seus protegidos ricos - bancos e executivos associados - querem receber o que consideram “sua parte”, mirando-se tão-somente nos aspectos legais das celebrações contratuais, mas se esquecendo das campanhas subliminares e outras formas de vendas, muitas vezes aliadas à corrupção e outras imoralidades que tão bem sabem exercitar.
O que se vê são massas humanas desorientadas e atemorizadas com a perda de empregos e conquistas sociais que julgavam com partir com os mais poderosos, e estes discutindo como aliviar seus próprios prejuízos materiais a partir de mais sofrimentos e rigores socioeconômicos por parte do grande público, neste certamente incluídos povo, pequenos empresários locais e funcionários públicos em geral.
Sem a intenção de espalhar o pânico, lembramos que a eleição do socialista Hollande na França surpreendeu a todos, até os franceses, que só acordaram para a premente alternância de poder praticamente às vésperas das eleições. Hoje se fala na Grécia e as opções de caminho, caso a mesma decida sair, ou seja retirada da Comunidade Européia, mas até que ponto está se analisando a situação real e objetiva dos países e de suas sociedades caso tal ocorra? Fala-se muito em segunda recessão mundial num intervalo curto, na redução de importações por parte da China, num recuo nas exportações européias, em razão da menor exportação para a Ásia, mas o que isto realmente quer dizer para o resto do mundo, para as economias periféricas, especificamente, o Brasil?
Somente tomando por base a China, se o país comprar menos, o Brasil sofrerá uma perda em suas maiores exportações,. Exportando menos, a Europa também importará menos do Brasil, investimentos diretos certamente minguarão, tudo levando a um forte impacto cambial. Ainda não foi dada a partida na problemática e o Real já se desvalorizou mais de 15% nos últimos meses, em relação ao dólar. Aquele apartamento que as classes alta e média brasileiras achavam barato em Miami já ficou 15% mais caro, assim como as passagens aéreas e etc. Isto, sem contarmos com os problemas internos que já se avizinhavam, como o grande endividamento da população e os altos custos dos impostos, que até poderá se agravar na tentativa de se arrumar a casa para protegê-la do vendaval. Crise fiscal? Certamente uma das possibilidades.
Num mundo tumultuado sócio-economicamente não seria surpreendente, através do viés político da vida social procurar-se fórmulas internas para equalização do rombo comum. Assim, não se poderia descartar, ao contrário, deve-se admitir a criação do imposto de grandes fortunas, há muito transitando no Congresso. Da mesma forma, não seria incompatível o estímulo à imposição de novos impostos ou acréscimos nos percentuais ora existentes, como nos casos de doações e transmissões
Aos gerentes prudentes, tanto de seus negócios, quanto de suas famílias, é chegado o momento de procurar abrigo e proteger-se, esperando passar a intempérie e, quem sabe, até encontrando mecanismos legais e permanentes de proteção até a tempestade passar. É momento para se proteger ativos, replanejar processos de sucessão e de planejamento fiscal, de maneira que os impactos negativos sejam minorados e até eliminados. Ainda dá tempo. Profissionais competentes podem auxiliar e assessorar os interessados, através de soluções sofisticadas, legais que propiciem benefícios duradouros a todos aqueles que de maneira objetiva queiram proteger seu patrimônio e o futuro de suas famílias.
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